21 de jan. de 2018

Resenha: Me Chame Pelo Seu Nome, André Aciman


Editora: Intrínseca
Número de páginas: 288
Data de lançamento: Janeiro de 2007

A casa onde Elio passa os verões é um verdadeiro paraíso na costa italiana, parada certa de amigos, vizinhos, artistas e intelectuais de todos os lugares. Filho de um importante professor universitário, o jovem está bastante acostumado à rotina de, a cada verão, hospedar por seis semanas na villa da família um novo escritor que, em troca da boa acolhida, ajuda seu pai com correspondências e papeladas. Uma cobiçada residência literária que já atraiu muitos nomes, mas nenhum deles como Oliver. Elio imediatamente, e sem perceber, se encanta pelo americano de vinte e quatro anos, espontâneo e atraente, que aproveita a temporada para trabalhar em seu manuscrito sobre Heráclito e, sobretudo, desfrutar do verão mediterrâneo. Da antipatia impaciente que parece atravessar o convívio inicial dos dois surge uma paixão que só aumenta à medida que o instável e desconhecido terreno que os separa vai sendo vencido. Uma experiência inesquecível, que os marcará para o resto da vida.


          O livro que originou um dos filmes mais aclamados da temporada, Me Chame Pelo Seu Nome é puro e livre de censura e tradicionalismos. Na narrativa, acompanhamos mais um verão preguiçoso na vida de Elio, filho de um professor universitário que todos os anos acolhe um jovem escritor em sua casa no norte da Itália, que é um verdadeiro pedaço do paraíso. A piscina, a praia, os sucos refrescantes e os relacionamentos de uma família acolhedora e amável servem de cenário para uma história de atração e um primeiro amor arrebatador.

          Isso porque o convidado do ano é o simpático e atraente Oliver, um jovem escritor de vinte e quatro anos que rapidamente capta a atenção de Elio. Ao longo dos longos e preguiçosos dias que caracterizam a estadia da família na casa, um jogo de sedução e de interesse ilustra a relação entre os dois, e tudo isso narrado na perspectiva de Elio, que vê em Oliver a junção de tudo aquilo a que se destina seus mais profundos desejos a muito tempo escondidos.

"A luz dos meus olhos, eu disse, luz dos meus olhos, luz do mundo, é isso que você é, luz da minha vida. Eu não sabia o que luz dos meus olhos queria dizer, e parte de mim se perguntava de onde eu tinha tirado aquilo, mas eram coisas bobas como essa que traziam lágrimas aos meus olhos, lágrimas que eu queria afogar em seu travesseiro, em seu calção, lágrimas que eu queria que ele tocasse com a ponta da língua, para afastar minha tristeza."

          Eu assisti ao filme antes de ler o livro, e isso talvez tenha atrapalhado um pouco a minha experiência com a adaptação. Isso pelo motivo do filme ser extremamente fiel ao livro, ao ponto de muitas cenas serem simplesmente reproduzidas na tela, mas sem o cuidado de acrescentar algumas informações contidas no livro que são importantes para o entendimento da história. Uma vez que o livro é narrado da perspectiva de Elio, seus sentimentos e mais profundos pensamentos nos são mostrados, algo que não foi feito no filme, nos deixando com uma vaga sensação de que algo estava faltando.

          No mais dizer, um livro maravilhoso que demora um pouco a engatar, uma vez que a primeira parte do livro é dedicada a atração imediata de Elio por Oliver. Mas prometo que a história vai te surpreender ao mostrar um outro lado do amor, muitas vezes idealizado, mas que nessa história está puro e simplesmente realista, mostrando o seu lado "feio" e muitas vezes incompreendido, mas é justamente o seu lado imperfeito que faz o amor apresentado algo tão único e emocionante.

"Talvez fôssemos amigos em primeiro lugar e amantes em segundo. Mas talvez os amantes sejam exatamente isso."

          Se apaixonem por essa história também! Tenho certeza de que vai te fazer lembrar de muitos sentimentos do primeiro amor.

Por: Mariane
          

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