30 de jul. de 2013

Resenha: O Oceano No Fim do Caminho, Neil Gaiman

 Nome originalThe Ocean and The End of the Lane. 
Data de lançamento: 2013
Gênero: Fiçção/Terror
Editora: Intrínseca 
Número de páginas: 205
SinopseFoi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino. Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.

Nas últimas semanas antes de minhas férias acabarem, eu li O Oceano no Fim do Caminho, que também foi o meu primeiro contato com o renomado escritor de Sandman. Segundo informações do próprio livro, OONFDC é o primeiro romance adulto dele desde 2005 e, ao ler os agradecimentos do livro, percebemos que nem mesmo foi planejado, mas surgiu meio “sem querer”. O Oceano era para ser um conto. Bom, ainda bem que Neil Gaiman o transformou em um romance; e muito mais do que isso: em um livro profundo que coloca o leitor cara a cara com a sua própria imaginação, mas aquela que era viva na infância.

A história do livro é fundamentalmente o rememorar de um período da  infância desse personagem que não sabemos o nome, aos sete anos de idade. Mas sabemos a situação em que ele se encontrava no início do livro: estava em um velório, aparentemente de alguém próximo da família, e para sair daquela situação, o personagem resolve sair de carro pela vila onde cresceu. Ele percorre uma estrada até a casa de uma antiga amiga de infância, Lettie Hempstock. A casa de Lettie é na verdade uma fazenda, a chamada Fazenda Hempstock, e ao aportar lá, ele se depara não só com sra. Hempstock, a ausência de Lettie, mas também todo um momento marcante.

A rememoração desse período começa com a fatídica chegada de um minerador de opalas à casa do menino, para viver como inquilino em seu quarto. A partir desse momento, coisas estranhas e fantásticas passam a acontecer. É onde o menino conhece Lettie Hempstock e tudo muda. É difícil definir o que são as mulheres Hempstock e o que são as coisas fantásticas do livro, e vê-se claramente que exemplificar todo um mundo fantástico não é o objetivo principal do autor. Afinal de contas, a imaginação de uma criança não se prende a barreiras palpáveis do que é coerente... Mas até que ponto é tudo imaginação de uma criança?

Particularmente, eu achei que o livro traz uma moral conhecida, mas que nós freqüentemente não damos a mínima bola: será que a criança que você foi um dia, tem orgulho do adulto que você é hoje? Um livro que trata também de sacrifícios e do valor que nós geralmente não damos a eles. O que dizer de meu primeiro contato com Neil Gaiman? Que eu chorei com o livro, que o jeito de escrever do autor é simples e profundo ao mesmo tempo, e que eu senti um medo danado pelos personagens. Eu não sei nada sobre elas, mas eu as amo: as Hempstock. E mesmo o menino, mas talvez não o adulto que ele se tornou.

OONFC é um livro para ser lido agora e no futuro. Agora para ficarmos alertas. No futuro para sermos resgatados.

By: Larissa


Um comentário:

  1. Sou paixonada pelo Gaiman, te indicaria também Coraline, que a primeiro momento parece infantil e bobinho mas te garanto que é surpreendente. Abraço!

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